Retrospectiva 2010

E 2010 chegou ao fim. Ano de Copa do Mundo sempre passa mais rápido! E para brindar a chegada de 2011, o Futebol e Mulher preparou um top 10 dos momentos mais marcantes do mundo do futebol em 2010.


10. Eliminado - de novo



A maldição das oitavas-de-final para o Real Madrid continuou em 2010. O time não passa desta fase desde 2004. Desta vez, o carrasco foi o Lyon, da França, que empatou com os galáticos dentro do Santiago Bernabéu por 1 a 1 depois de fazer 1 a 0 em casa. O milionário time de Cristiano Ronaldo, Iker Casillas, Kaká, Higuaín, Sérgio Ramos e Xabi Alonso teve ainda de assistir a uma final onde as grandes estrelas eram dois chutados do Bernabéu. Wesley Sneijder e Arjen Robben levaram seus times, respectivamente Internazionale e Bayern de Munique, à decisão da Liga após saírem pra abrir espaço para as super-contratações merengues. É duro ou não é?

9. A cavadinha que consagrou o Rei do Rio



Em 2010, o Botafogo poderia ter chegado a sua quinta final consecutiva no Campeonato Carioca. Depois de três vices para o Flamengo, as perspectivas não eram assim tão otimistas. Após começar com o pé esquerdo, perdendo e goleada para o Vasco, em casa, o Botafogo sagrou-se campeão da Taça Guanabara como azarão. Poderia ter chegado à final do Carioca, mas não foi nem preciso. Os comandados de Joel Santana lavaram a alma contra o Império do Amor flamenguista na final do Carioca e acabaram com o domínio de três anos do rival. Na cavadinha de Loco Abreu, a coração de Joel Santana, legítimo rei do Campeonato Carioca. Título de turno e returno, o que não acontecia desde 1998, com o Vasco, e alívio. Sai, zica!


8. Corra que os meninos da Vila vem aí 33 1/3



O primeiro semestre de 2010 no futebol brasileiro teve um dono: Santos. Com Neymar, André, Robinho e Paulo Henrique Ganso comandando a trupe, o Peixe levou o Paulistão e a Copa do Brasil, e encantou o país. Infelizmente, o time de futebol maroto da nova geração de meninos da vila acabou desmontado no segundo semestre, e o Santos ainda perdeu Ganso, lesionado. Mas fica o registro daquele que foi o melhor time da primeira perna do ano.


7. Abu-tira-bi



Quase 10 mil colorados foram para Abu Dhabi prontos para festejar o bi-campeonato do Mundial. O Inter abdicou de disputar o Brasileiro com vontade para se dedicar exclusivamente ao interclubes da FIFA e, com a crise na Internazionale, o título parecia mais certo do que nunca. O que o Inter não contava era com um pedregulho em seu caminho chamado Mazembe. O time da República Democrática do Congo, campeão da África, eliminou o Pachuca do México, considerado terceira força no Mundial, e, contra todas as expectativas, tirou, pela primeira vez na história, um time sulamericano da final. Decepção colorada, festa nerazzurri. A Inter não tomou conhecimento dos congoleses e levou o Mundial com tranquilidade. A medalha de bronze voltou como um fardo no pescoço dos colorados.


6. Nostradamus dos tempos modernos



Nem Messi, nem Iniesta, nem Xavi, nem Kaká. A grande estrela da Copa do Mundo da África do Sul sequer estava no continente africano. O polvo vidente Paul, de um aquário na Alemanha, previu todos os resultados da seleção alemã, além da final, entre Espanha e Holanda. Ficou famoso, virou celebridade e faleceu três meses após o fim da Copa, no auge da sua carreira de Nostradamus.


5. Internazionale de Mourinho Milão



A Inter teve um ano quase perfeito. Ganhou o Italiano, a Copa da Itália e a Liga dos Campeões no primeiro semestre, e encerrou o ano com o título do Mundial de Clubes, além de ter levado também a Recopa da Itália. Tudo azul (e preto), não fosse pelo péssimo começo de temporada no Italiano e a crise que acabou derrubando o técnico Rafael Benítez, substituto de Mourinho, somente seis meses depois de assumir - mesmo com a conquista em Abu Dhabi. Wesley Sneijder, Samuel Eto'o, Diego Milito, Maicon, Lúcio, Júlio César e Javier Zanetti foram alguns dos destaques da equipe de José Mourinho, que derrubou, inclusive, o poderoso Barcelona para chegar à final da Liga dos Campeões.


4. La mano de Diós 2.0



Em uma Copa que ficou devendo em emoção, o grande momento talvez tenha acontecido na despretensiosa partida entre Uruguai e Gana. Despretensiosa porque ninguém esperava que um dos momentos mais inesquecíveis da Copa saísse justamente do jogo entre os azarões da Copa. O último suspiro do bom atacante uruguaio Luís Suarez ao impedir - com as mãos - um gol de Gana nos minutos finais da partida, válida pelas quartas-de-final, tinha tudo pra ser o fim melancólico da Celeste na Copa do Mundo. Expulso e com um pênalti contra, Suarez deixou o campo aos prantos. Mas a mão de Deus atacou novamente e Asamoah Gyan, melhor jogador de Gana, mandou o carimbo para a primeira semifinal de Mundial da história para uma seleção africana no travessão do goleiro Muslera. Do lado de fora do campo, Suarez viu seu time levar o jogo para os pênaltis e sair de lá classificado para a semifinal. Último bastião sulamericano na África do Sul, o Uruguai acabou em quarto, melhor colocação dos hermanitos desde a Copa de 70. Diego Forlán deu show e levou o prêmio de melhor jogador da Copa. Loco Abreu não jogou muito, mas repetiu a famosa cavadinha na derradeira disputa contra Gana. Foi um belo Mundial para a Celeste.


3. Melhor(es) do mundo



Não tinha como deixar o impossível e inacreditável Barcelona de fora da lista. O time de Pep Guardiola não levou o título máximo do ano, a Liga dos Campeões, mas foi o campeão espanhol e teve sete jogadores na seleção campeã do mundo. Mas se 2010 não foi perfeito, 2011 promete começar com tudo. Líder do atual campeonato, o Barcelona vem dando espetáculo atrás de espetáculo. Um escorregão em casa para o recém-promovido Hércules foi tudo o que a equipe catalã fez de errado até aqui. Depois disso, goleadas e mais goleadas, incluindo um histórico 5 a 0 sobre o também poderoso Real Madrid, que saiu do Camp Nou parecendo time pequeno. Os baixinhos Xavi, Iniesta, Dani Alves, David Villa e Pedrito colocaram o pé no acelerador com vontade e estão deixando o mundo de queixo caído. Mas nada se compara ao espetáculo de Lionel Messi, que confirma, novamente, que é o melhor jogador do mundo.


2. O bi que virou tri da noite para o dia



O Fluminense, comandado pelo quase-Mourinho brasileiro, Muricy Ramalho, saiu da fila de 26 anos de espera e conquistou o apertado Campeonato Brasileiro de 2010. Depois de anos de domínio paulista, pelo segundo ano seguido uma equipe carioca faturou o título. O grande destaque da equipe, entretanto, não foi tupiniquim. O argentino Darío Conca, que jogou todas as partidas do campeonato, dominou tudo de ponta e ponta e foi escolhido craque do Brasileirão. Mas o título tricolor valeu por dois e virou tri quando a CBF decidiu unificar todas as conquistas de 1959 à 1970, reconhecendo a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa como campeonatos brasileiros. Assim, o Flu tornou-se campeão de 1984, 2010 e também de 70. Quem comemorou também foram Santos e Palmeiras. De bi e tetra, respectivamente, os dois se juntaram no topo das conquistas brasileiras e se tornaram octacampeões. O São Paulo, até então maior vencedor, caiu para terceiro. O então campeão Flamengo, que teve um ano complicado tanto dentro quanto fora de campo, ainda encerrou 2010 com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, oficialmente colocando o Rubro-Negro como pentacampeão. Bahia, Cruzeiro e Botafogo foram os outros clubes que tiveram seus títulos na década de 60 reconhecidos.


1. Fim da espera



Com um gol chorado, já no segundo tempo da prorrogação, a Fúria Roja sagrou-se, enfim, campeã mundial. A final entre as duas maiores praticantes do morrer na praia foi tensa, violenta e longa demais. Mas Andrés Iniesta, que chegou machucado à África, pôs fim à espera espanhola e coroou uma geração talentosa que pôs fim na fama de não-ganha-nada e a Espanha, enfim, pôde colocar uma estrela dourada na sua camisa vermelha furiosa.
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